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Ramon e Petkovic: Quem foi o melhor?

Ramon Menezes e Dejan Petkovic. Dois craques, dois meias ofensivos, dois ídolos do Vitória e de outras torcidas espalhadas pelo país. Estes dois atletas possuem muita coisa em comum, além da idade (36 anos). Eles são considerados os clássicos camisas 10, com boa visão de jogo, bons lançamentos, passes, condução de bola, habilidade e criatividade, ambos possuem uma linda história no Vitória.

Vamos começar por Ramon, já que ele passou aqui pela primeira vez em 1995, quando tinha 22 anos. Pet só veio em outubro de 1997 perto de completar 26 anos. Ramon foi revelado pelo Cruzeiro em 1989 e por lá ficou até 1993, quando fez sua primeira transferência para o Bahia. No tricolor ele não foi bem aproveitado e dispensado no final da temporada.

O Vitória decidiu apostar no jovem meia e colheu muitos frutos com o baixinho habilidoso. Ramon foi ganhando espaço no time aos poucos e conquistou a torcida. Mas o ápice de sua idolatria ainda estava por vir. Em 1995 ele fez 25 gols no Campeonato Estadual, foi campeão (o primeiro da saga inédita do primeiro tricampeonato), muitos destes gols foram em clássicos Ba-Vi. No Barradão, ele raramente passava em branco e, por isso recebeu o justo apelido de Reizinho da Toca.

Ramon disputou toda a temporada de 1994 e o primeiro semestre de 95 na Toca do Leão. Seus 25 gols no Baianão de 95 despertaram o interesse do Bayer Leverkusen da Alemanha, que contratou o jogador antes do início do Campeonato Brasileiro. Ele ficou no futebol alemão até meados de 96 quando o Vasco repatriou.

No time cruz-maltino Ramon ganhou quase tudo. Foram 2 brasileiros (97 e 2000), 1 Libertadores (98), 1 mercosul (2000) e dois estaduais (98 e 2003). Sem falar de seus inúmeros gols, em especial os de bola parada – sua marca registrada.

Ele ainda passou por Atlético Mineiro, Verdy Tokyo, Fluminense, Botafogo e Atlético Paranaense. Sua melhor fase ocorreu entre 1997 a 2003. O retorno dele ao Vitória sempre foi especulado após a sua saída e somente no ano passado este sonho se concretizou.

Em seu retorno, Ramon levantou a taça de Campeão Baiano de 2008, fez gols decisivos e ainda foi o grande nome do time no primeiro turno do Brasileirão. Depois perdeu a condição de titular e seu clima com Vágner Mancini desmoronou, o que causou um racha no elenco, e entre Mancini e Ramon, a diretoria preferiu renovar com o treinador para a temporada 2009.

Ele saiu do Vitória e seguiu para o futebol turco. Depois da saída de Mancini para o Santos, o Leão abriu novamente as portas para o Reizinho. E para mostrar que sua história dentro do clube é gloriosa, ele levantou mais uma vez a taça do baianão e fez 3 gols na decisão contra o Bahia, mostrando que continua sendo carrasco do tricolor, como em 1995 e 2008.

PETKOVIC

Já o gringo surgiu no Red Star da Antiga Iugoslávia e por lá levantou a taça de Campeão do mundo em 1991, quando o Red Star (ou Estrela Vermelha) surpreendeu o globo ao bater o Colo Colo do Chile, por 3×0. Pet tinha 19 anos e estava no banco de reservas.

Pet veio, do Real Madrid, ao Vitória em outubro de 97 para substituir o astro Bebeto, que tinha sido a maior contratação do Vitória naquela temporada e que preferiu voltar ao La Coruña, depois de ter escutado de Zagallo, que ele só iria para a Copa da França se saísse do Vitória, um time nordestino.

A relação de amor e idolatria da torcida com Pet foi na velocidade da luz. Em sua estreia ele marcou um golaço de falta e deu passe para o gol de Túlio Maravilha, no empate em 2×2 contra o União São João de Araras-SP.

Dejan Petkovic fez cerca de sete partidas em 97 e fez 05 gols. Uma ótima média. Todos rubronegros se encantaram com a sua qualidade técnica acompanhada da sua raça sérvia e sua disposição de sempre buscar os triunfos e, mesmo sem falar ainda o idioma, dava sinais de um futuro líder dentro do grupo, fato consumado a partir de junho de 98, quando já estava afinado com o Português e se consolidou como peça-chave da equipe.

Em 98 Petkovic foi vice artilheiro do Campeonato Baiano com 16 gols contra 18 de Ueslei do Bahia e vice-campeão baiano. Em termos de título, Pet só festejou o Baianão e a Copa Nordeste de 1999. Neste quesito Ramon sai na frente, sem dúvidas. No Brasileiro de 98, o sérvio foi avassalador, foram 14 gols em 21 partidas. E 14 golaços, diga-se de passagem. Ninguém esquece o que ele fez com a defesa da Portuguesa (canindé), Guarani (Barradão), Cruzeiro (Mineirão), Palmeiras, Flamengo, São Paulo, dentre outros.

1998 foi, sem dúvidas, a melhor temporada de Petkovic no futebol brasileiro. Talvez a que chegue mais perto foi a de 2001 quando ele esteve no Flamengo. Como sempre, o seu destaque despertou o interesse de todos os grandes clubes do sul e sudeste. O Cruzeiro tentou pegar ele por apenas um jogo na final do mundial de clubes contra o Borussia Dortmund, mas Paulo Carneiro rejeitou. O São Paulo chegou a oferecer os jovens promissores França e Dodô por Pet, mas novamente nossa diretoria rejeitou.

Veio 1999 e Petkovic conseguiu, enfim, ser campeão e artilheiro pelo Vitória. Foram 19 gols no Baianão daquele ano. Destaque para os 5 que ele fez contra o azulino Conquista na goleada de 7×1 na Fonte Nova e mais 3 na vitória de 5×0 contra o mesmo Conquista em Vitória da Conquista. Isto sem falar do golaço de falta em cima do goleiro Marcone, do Bahia, empatando o clássico no final da partida (1×1) na Fonte Nova.

Além do Baianão ainda existia a Copa do Nordeste. Em 1998 nem Pet conseguiu bater o América de Natal com Arthurzinho no comando. Mas em 99 a conquista foi mais saborosa por ser em cima do rival, que adora ser nosso vice. Petkovic jogou a Copa do Nordeste até a segunda partida das semifinais contra o Sport.

Nas finais contra o Bahia ele não atuou por ter sido negociado para o futebol italiano (Venezzia, foi o seu destino). Coube a outro gringo, o uruguaio Hernandez, fazer os dois gols da Vitória por 2×0 no Barradão, garantindo nosso segundo título da Copa do Nordeste. Em jogos de Brasileirão, Petkovic realizou 28 jogos e fez 19 gols (97 e 98). Depois do sucesso no Vitória, Pet brilhou no Flamengo e no Vasco e teve passagens discretas no Goiás, Fluminense e Atlético Mineiro.

Pet foi campeão carioca de 2000 e 2001 (Flamengo), Vasco (2003), Fluminense (2005) e campeão da Copa dos Campeões em 2001 pelo Flamengo. Mais uma vez Ramon em vantagem. Ramon levantou mais taças, sobretudo mais importantes das que Petkovic comemorou.

Ramon fez 325 jogos no Brasileirão e marcou 92 gols, faltando apenas mais um para aparecer na lista dos 10 maiores artilheiros da competição. Petkovic fez 190 jogos e marcou 66 gols (estatística de 2008, não tenho os dados de quantos jogos ele fez e de quantos gols ele fez pelo Atlético Mineiro ano passado).

CONCLUSÃO

Ramon, em números absolutos, foi mais vezes campeão (estadual, nacional e internacional) do que Pet, fez mais jogos e mais gols que o gringo. Porém tem quase o mesmo status no cenário nacional, ambos são muito respeitados, sobretudo pelas torcidas do Vitória, Vasco e Flamengo.

Só que Ramon aceitou reduzir consideralvemente seu salário para voltar a vestir a camisa do Vitória em 2008 e aceitou o teto salarial do leão em 2009. Já Pet, não aceitou as propostas feitas pelo Vitória entre 2004, 2005, 2007 e 2008. Ramon teve um desempenho melhor do que Pet no ano passado e não ficou seis meses sem clube, como foi o caso de Pet, que voltou ao Flamengo esta semana. O que mostra que Ramon ainda tem mais fôlego que Pet.

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